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Por que foi que eu me casei?

12/03/2018 | Relacionamento, Textos

Couple looking at each other

Basta uma briga, um desentendimento, uma expectativa frustrada para nos perguntarmos: porque foi que eu me casei? E parece que a resposta não vem tão certa.

A verdade é que a maioria dos casamentos acontecem porque se espera algo melhor. Ninguém casa sabendo o que vai encontrar depois da festa ou dos papéis assinados ou depois que as escovas se juntam.

A única certeza é que existe uma expectativa, uma espera de que algo bom aconteça. E cá entre nós, realmente acontecem coisas muito boas. Momentos para dividir, como aquele filme na Netflix em um domingo à noite e dias de risadas largas. São momentos que fazem o coração acelerar e você pensa: estou no lugar certo. Delicia estar aqui.

Também tem os momentos de estranhamento, aqueles momentos do dia a dia, aquela panela suja (que ninguém está com coragem de lavar), aquele tênis jogado na sala e a lâmpada que precisa ser trocada.  A rotina às vezes cansa. Às vezes cansa saber que se espera algo de você, e se faz pouco. Às vezes cansa solicitar algo e não ser atendida. Às vezes cansa as patadas desnecessárias.

Porque de novo e de novo a expectativa é frustrada e a energia quase voa pela janela larga. São nesses momentos difíceis, entre soluços e novas rugas, que a pergunta vem fortemente: porque foi que eu resolvi casar?

E a resposta não vem fácil, porque os ouvidos estão cheios da briga, e a visão está turva. Não se consegue ver algo de bom, nesses momentos, e tudo que se vê é a solidão e falta de companheirismo. Porque alguns casamentos têm dessas coisas, sentimento de que está sozinha mesmo estando acompanhada.

Posso ser uma romântica, mas eu realmente acredito que o casamento serve para compartilhar. Gostaria de dar ênfase para essa palavra: compartilhar, significa arcar juntamente. Me parece clara essa definição, mas não tão clara para o dia-a-dia.

Escuto várias reclamações de mulheres que idealizaram o casamento e sentem falta do “junto”. E o maior problema é que não é algo esporádico, é algo recorrente.

Certa vez ouvi de um conhecido meu (entre risinhos de brincadeira) que não entendia porque a mulher reclamava que tinha que fazer comida, arrumar a casa, lavar a roupa e fazer supermercado, se ela estava doida para casar, porque reclamava agora?

Como resposta eu dei uma respirada profunda, uma breve pausa e respondi: querido amigo, ela quis casar para ficar mais próximo de você e não para ser sua empregada doméstica. Sacou a diferença?

Ele riu e eu fiquei irritada.

Esse tipo de comentário me irrita profundamente, porque mostra ainda que estamos a quilômetros de distância de uma igualdade. Mas, ok! Vamos continuar no foco. Porque eu realmente acredito que muita coisa já melhorou e acredito que muita coisa pode melhorar.

Para toda dor, tem uma solução e para (algumas) perguntas uma resposta. No momento da raiva ou de comentários desnecessários como o que relatei agora mesmo, você pode ter dificuldades de encontrar a melhor resposta. Então, vou te ajudar a compreender a pergunta: porque foi que eu me casei? Te fazendo outras três perguntas:

O que está te incomodando? O que aconteceu (ou acontece sempre) que faz com que você chegue a questionar sua decisão de ter casado? O que faz com que você acredite que tenha sido um erro?

Talvez te ajude listar o que está te incomodando. (Adoro o recurso de escrever, porque ele ajuda a organizar as ideias e a ter mais clareza para pensar a respeito).

Ter maior consciência do que está acontecendo te ajuda em duas coisas:

  • Perceber qual o problema
  • Perceber qual a sua responsabilidade no que está acontecendo.

O que vejo de relato constante, é que as mulheres se queixam que os maridos não ajudam (principalmente nas tarefas de casa), e como resultado elas se sentem sobrecarregadas. Para solucionar isso, você precisa saber que tem uma história de machismo na nossa sociedade que não vai desaparecer do nada. Tem que ter uma construção de um novo aprendizado.

Você já experimentou ao invés de exigir que ele colabore (o que é um tom muito parecido com o que as mulheres reclamam dos seus maridos), que você converse com ele a respeito de suas expectativas e necessidade? Eu sei que na hora da raiva essa sugestão é inútil, mas experimente quando estiver mais calma, falar com clara e objetivamente o que você acredita que seja fundamental em uma relação.

E sem essa de: Você não conhece ele, não vai me escutar! Se esse for o caso, corre para baixar o e-book que escrevi: “Como evitar brigas desnecessárias” (link aqui). E resolve isso logo. Porque isso é apenas uma desculpa para você não resolver o problema.

Coloca uma coisa na cabeça: vocês decidiram compartilhar uma vida a dois, e isso também significa compartilhar o que tem dentro de você. Aprender o jeito de dizer o que está sentindo, faz toda a diferença (no e-book eu dou algumas dicas).

É o que sempre digo: às vezes a forma com que você diz é mais importante do que o que você diz.

E para ter essa postura, só entrando em um momento de conexão. Quando não apenas os seus olhos, mas suas almas entraram em conexão.

O que foi que te fez sorrir a primeira vez? O que fez você ficar e não ir?

Depois que estiver em conexão, convide-o para compartilhar suas expectativas e necessidades. Tenho certeza que será um novo momento.

Agora me conta, o que achou desse texto? Te ajudou? O que você está pensando? Conta para mim que assim eu consigo te ajudar de uma maneira mais direcionada.

Até o próximo.

Abraços Renata Tannus

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