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Igualdade

26/03/2018 | Relacionamento, Textos

Não vou mentir, essa história de igualdade é mais fácil falar do que viver. E hoje mesmo eu tive um exemplo de como as crenças estão enraizadas no nosso comportamento.

Vi um carro na rua, com pneu furado, e estavam presentes um casal e um homem que estava trocando o pneu (acho q era um borracheiro). Logo, de cara, pensei que o homem poderia muito bem ter trocado e não precisava ter chamado o borracheiro.

Esse pensamento automatico me mostrou pelo menos duas coisas que quero trazer para percebermos o quanto as crenças dominam de forma automática nossos pensamentos.

1 – que eu acreditava que algo que considero simples (se tiver as ferramentas certas), deve ser feito pela própria pessoa (achei que trocar o pneu é algo fácil – nota: nunca troquei um pneu na vida! ) Ok! Foi isso que primeiramente me ocorreu e já podemos ver um julgamento gritante aqui. Suponhamos que para mim seja algo muito simples trocar um pneu (pensando hipoteticamente que eu já tenha feito isso), quando eu penso que o cara é menos porque chamou alguém para fazer esse serviço, estou desconsiderando que talvez para ELE, não seja algo tão simples assim, que talvez ele não tenha a ferramenta certa e que ele pode chamar alguém para ajudar naquilo que ele entende que é uma necessidade dele.

Isso me traz o pensamento que é automático julgarmos se algo é fácil ou difícil olhando pela nossa ótica e habilidade. Mas quem disse que a habilidade que você tem é a mesma que o outro tem? Outra coisa que vejo desse pensamento é uma incrível arrogância (chega a me dar vergonha). Como eu – que NUNCA troquei um pneu na minha vida, posso julgar a ação do outro? Isso não é só muito errado, como também é estúpido.

Trouxe esse exemplo real para te ajudar a perceber como as crenças e preconceitos aparecem no nosso dia a dia sem que percebamos. E isso foi ótima para me ajudar a perceber o que eu ainda precisa melhorar.

Agora quero acrescentar mais um ponto, que muito provavelmente passou despercebido para você.

Porque eu julguei o homem e não a mulher?

Em nenhum momento acreditei que a mulher estava sendo folgada (ou algo assim). Coloquei toda a responsabilidade dos afazeres braçais – é assim que chama? – no homem e retirei a mulher de todo e qualquer foco. Como se ela não fosse também responsável e participante.

Isso mostra a crença de que alguns papéis são de homens, outros são de mulheres. Mas será que é assim mesmo? Será que simplesmente não dividimos as funções por uma questão cultural?

Eu sinceramente não sei a resposta, mas acredito que ambos tem responsabilidade no cuidado e manutenção da segurança, por exemplo. Se estamos defendendo a igualdade, que seja ela realmente igualitária. Claro que no casal, podemos perceber habilidades diferentes.

Aqui tem um ponto muito importante.

Devemos lembrar sempre que como seres humanos temos habilidades diferentes, isso que nos caracteriza como diferentes. Mas isso não precisa ser um problema, na verdade é mais uma solução do que um problema, porque não aproveitar as diferenças de habilidades do casal de uma maneira inteligente? Por exemplo, talvez a mulher tenha uma habilidade em lavar roupa, e o homem seja excelente na limpeza da casa. Então, divide-se as tarefas domésticas conforme as habilidades e não segundo o gênero. Isso me parece algo racional a se fazer e equilibrado, não é?

E você? O que acha disso tudo? Como lida com as diferenças entre você e seu companheiro? Como lida com suas próprias crenças?

Enquanto você me responde, eu vou abrir espaço aqui dentro para a mudança.

Abraços

Renata

 

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